Comentários Bento XVl
Sexta-feira, dia 29 de Março de 2019 : Commentary Bento XVI A história do amor entre Deus e o homem consiste precisamente no facto de esta comunhão de vontades crescer em comunhão de pensamentos e de sentimentos, de maneira que o nosso querer e a vontade de Deus coincidem cada vez mais: a vontade de Deus deixa de ser para mim uma vontade estranha, que os mandamentos me impõem de fora, mas é a minha própria vontade, baseada na experiência de que realmente Deus é mais íntimo a mim mesmo do que eu próprio (Santo Agostinho). Cresce então o abandono em Deus, e Deus torna-Se a nossa alegria (cf Sl 73/72,23-28). Revela-se assim como possível o amor ao próximo no sentido enunciado por Jesus na Bíblia. Amor que consiste precisamente no facto de que eu amo, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem sequer conheço. Isto só é possível a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontades, chegando mesmo a tocar o sentimento. Então aprendo a ver aquela pessoa, já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspetiva de Jesus Cristo: o seu amigo é meu amigo. [...] Vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa.